🇮🇹 Cidadania italiana: revolta no país contra os “caça-passaportes”

Com cerca de 60 mil pedidos pendentes, principalmente de brasileiros e latino-americanos, o boom de solicitações de cidadania italiana tem sufocado consulados e sobrecarregado os tribunais locais.

“Para mim, quem nasce e cresce fora não deveria ter direito automático. O passaporte italiano é um dos mais valorizados… e essas pessoas só conseguem por causa do trisavô.”
— usuário anônimo no fórum Termometropolitico

Brasileiros em massa: o que os italianos pensam disso?

Na Itália, cresce a percepção de que brasileiros estariam “abusando” da cidadania italiana. Muitos recorrem ao reconhecimento por via judicial, estabelecendo residência temporária em pequenas cidades apenas para obter o passaporte europeu.

“Prefiro ter como compatriota alguém que fala a minha língua… alguém que se emociona ao ver uma cafeteira italiana.”
— comentário no Reddit Itália

Novas regras para ter cidadania italiana

Diante da pressão popular e do acúmulo de processos, o governo italiano anunciou medidas mais rigorosas:

  • Limitação do direito por via judicial: só netos e filhos diretos poderão continuar acessando esse caminho com maior facilidade.
  • Exigência de residência efetiva na Itália por no mínimo 18 meses.
  • Prazo máximo para conclusão do processo: 24 meses. Após isso, o pedido pode ser cancelado.

Algumas regiões, como Lombardia e Vêneto, também defendem o fim da concessão para trinetos ou tetranetos. Juristas alertam que essas mudanças ferem tratados internacionais, mas o debate segue quente.

“Estão transformando nossa cidadania em um produto. Isso não é herança, é comércio.”
— postagem crítica no Reddit DualCitizenshipNerds

Identidade, privilégio ou oportunismo?

O fenômeno levanta uma questão central: a cidadania italiana deve ser um direito de sangue sem limites ou precisa refletir vínculo cultural e afetivo com o país?

Com a crise migratória e desafios econômicos internos, muitos italianos sentem que conceder passaportes a quem sequer fala italiano é, no mínimo, incoerente. O tema, agora, influencia até debates políticos e eleições municipais.


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