Desde que chegou ao Real Madrid, o brasileiro Vinícius Júnior virou destaque pelos dribles e gols — mas também virou alvo constante do racismo no futebol europeu.

Em cada jogo, Vinícius não enfrenta só os jogadores, mas também insultos e gestos racistas das arquibancadas. Em 2023, foi chamado de “macaco” por torcedores do Valencia, caso que chocou o mundo e teve repúdio da ONU.
Mais de 10 episódios em dois anos
Entre 2022 e 2024, Vinícius sofreu insultos racistas em pelo menos 19 jogos, principalmente fora de casa. A La Liga abriu investigações, mas a maioria dos casos foi arquivada. Só em 2024 alguns torcedores começaram a ser condenados.
O jogador fala, mas se sente sozinho
Vinícius tem se pronunciado com frequência. Em uma postagem nas redes sociais, disse:
“O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas.”
Após o caso de Valencia, ele chorou em entrevista e afirmou:
“Toda semana acontece de novo. Ninguém faz nada. A culpa vira minha por reagir.”
Vinícius Júnior sofre ataques racistas frequentes nos estádios espanhóis. Apesar de punições pontuais, o racismo persiste no futebol europeu, gerando pressão internacional por mudanças.
https://www.theguardian.com/football/2025/may/22/valladolid-fans-suspended-prison-sentence-racial-abuse-vinicius-junior-real-madrid?utm_source=chatgpt.com
Brasil reage, o mundo assiste
O presidente Lula, a CBF, jogadores de clubes brasileiros e europeus prestaram solidariedade a Vinícius. Protestos foram realizados em frente a embaixadas da Espanha e hashtags como #BastaDeRacismo e #SomosTodosVini tomaram conta das redes sociais.
A FIFA se pronunciou pedindo punições mais severas e defendendo que “os estádios não podem ser palco para crimes de ódio”.
O racismo europeu ainda não acabou
Os ataques a Vinícius não são isolados. Refletem um problema mais profundo: o racismo estrutural ainda presente na sociedade europeia.
Muitos países do continente, apesar de avanços, convivem com estigmas coloniais, discursos xenofóbicos e práticas discriminatórias naturalizadas.
A naturalização de piadas racistas nos estádios, a demora em punir agressores e o silêncio de instituições esportivas reforçam a ideia de que, para muitos, o racismo ainda é algo tolerável — desde que bem disfarçado.

Racismo no futebol europeu é comum?
Relatórios da UEFA e da FARE Network apontam crescimento de incidentes racistas no futebol europeu nos últimos cinco anos. Entre os alvos mais frequentes estão jogadores negros, latinos e muçulmanos.
No caso espanhol, embora haja campanhas contra a discriminação racial, poucos clubes expulsam torcedores ou tomam medidas práticas. Em muitos episódios, a reação oficial só acontece depois da repercussão global.
Fontes:
- La Liga – Comunicados oficiais: laliga.com
- El País – “Vinícius vuelve a ser insultado: no es un caso aislado”: elpais.com
- FARE Network Report 2022: farenet.org
- ESPN Brasil – Cobertura dos casos de racismo contra Vini Jr.: espn.com.br
- G1 – “Após novo ataque racista, Vini Jr. desabafa: ‘É desumano’”: g1.globo.com
- BBC Brasil – “O que está por trás dos ataques racistas contra Vinícius Júnior na Espanha?”: bbc.com/portuguese