Categoria: Saúde

  • Desnutrição Infantil: O Ciclo Mortal que Condena Gerações à Pobreza

    Pixabay

    Mais do que um problema de saúde, a desnutrição infantil é uma sentença silenciosa que condena milhões de crianças a um futuro de miséria. Estudos científicos e relatórios de organizações internacionais revelam que a falta de nutrientes essenciais na infância compromete não apenas o crescimento físico, mas também o desenvolvimento cognitivo, resultando em adultos com menor capacidade produtiva e maior vulnerabilidade à pobreza.


    O Impacto da Desnutrição no Desenvolvimento Infantil

    A desnutrição na infância afeta gravemente o desenvolvimento físico e mental das crianças. Pesquisas indicam que crianças malnutridas apresentam menor crescimento físico, desenvolvimento cognitivo prejudicado e maior risco de doenças crônicas na vida adulta. Além disso, a desnutrição pode levar a deficiências nutricionais, comprometendo o sistema imunológico e aumentando a suscetibilidade a infecções.


    Pobreza e Desnutrição: Um Ciclo Vicioso

    A pobreza é tanto causa quanto consequência da desnutrição. Famílias em situação de vulnerabilidade econômica têm acesso limitado a alimentos nutritivos, o que perpetua a desnutrição e mantém o ciclo de pobreza. Além disso, a desnutrição aumenta os custos com saúde, reduz a produtividade e desacelera o crescimento econômico, perpetuando o ciclo de pobreza e doenças. Organização Mundial da Saúde+1


    Consequências a Longo Prazo da Desnutrição Infantil

    A desnutrição na infância tem efeitos duradouros. Estudos mostram que crianças malnutridas têm maior risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, na vida adulta. Além disso, a desnutrição pode afetar o desempenho escolar e as oportunidades de emprego, limitando as perspectivas econômicas e perpetuando a pobreza. en.wikipedia.org


    A Necessidade de Ações Imediatas e Sustentáveis

    É urgente que governos e organizações internacionais implementem políticas eficazes para combater a desnutrição infantil. Isso inclui melhorar o acesso a alimentos nutritivos, promover práticas de alimentação saudável e garantir cuidados de saúde adequados para crianças em situação de risco. Somente com ações coordenadas será possível interromper o ciclo de pobreza e garantir um futuro mais saudável e próspero para as próximas gerações.


    Referências:

  • Dieta Cetogênica ou Mediterrânea: Qual Emagrece Mais?

    Elas emagrecem. Mas será que curam? Qual protege o coração? E qual é possível manter?

    A dieta cetogênica virou moda: muita gordura, quase nenhum carboidrato e promessa de queima rápida de gordura. Mas será que esse modelo restritivo é sustentável? A dieta mediterrânea, famosa por sua base vegetal e azeite de oliva, também promove emagrecimento — mas será eficaz o suficiente em comparação? Qual oferece melhores benefícios metabólicos? E, no fim das contas, qual dessas duas é realmente viável para a maioria das pessoas?

    Um ensaio clínico randomizado recente comparou diretamente as duas abordagens em pessoas com sobrepeso, revelando dados surpreendentes não apenas sobre o quanto se perde de peso, mas como se vive ao longo da dieta.


    A Cetogênica Funciona — Mas Cobra um Preço

    No estudo, participantes seguiram por 12 semanas uma das duas dietas. Aqueles na dieta cetogênica perderam peso mais rápido nas primeiras 4 a 8 semanas. A redução calórica drástica por causa da exclusão de quase todos os carboidratos (menos de 10% do total calórico) provocou uma queda intensa no peso e na gordura corporal.

    Contudo, os pesquisadores notaram efeitos colaterais frequentes: constipação, fadiga, irritabilidade, insônia e falta de adesão após o 3º mês. Além disso, o perfil lipídico (colesterol e triglicerídeos) teve piora em alguns participantes, especialmente em quem aumentou o consumo de carnes e laticínios gordos.


    Mediterrânea: Menos Drástica, Mais Sustentável

    Já a dieta mediterrânea, baseada em frutas, legumes, azeite de oliva, peixes, grãos integrais e castanhas, promoveu uma perda de peso mais lenta, mas mais consistente ao longo do tempo.

    Além disso, o estudo mostrou que os participantes da dieta mediterrânea apresentaram melhoras mais amplas no perfil cardiovascular, como redução de triglicerídeos, pressão arterial e glicemia de jejum, além de um aumento geral no bem-estar e na adesão ao plano alimentar.

    Ao final do estudo, a maioria dos participantes do grupo mediterrâneo ainda seguia a dieta com facilidade, enquanto grande parte do grupo cetogênico havia abandonado ou modificado o plano original.


    O Que o Estudo Realmente Revela

    O ensaio demonstrou algo essencial: emagrecer é possível com ambas as dietas, mas o que determina o sucesso a longo prazo é a adesão e os efeitos colaterais.

    A cetogênica pode ser uma estratégia de curto prazo para perda rápida, mas não parece sustentável nem indicada para todos os perfis. Já a mediterrânea, apesar de menos radical, se mostra eficaz de forma mais suave, com benefícios metabólicos mais amplos e sustentáveis — especialmente para quem tem histórico de doenças cardiovasculares ou síndrome metabólica.


    E se a resposta não estiver só na balança?

    Ao final das 12 semanas, ficou claro que a pergunta “qual dieta emagrece mais?” talvez não seja a mais importante. Em vez disso, o estudo sugere uma reflexão mais profunda: qual dieta você consegue seguir sem sacrificar sua saúde física e mental? Qual se adapta melhor ao seu cotidiano, sua cultura e seu prazer de comer?


    Referências Científicas:

  • Mounjaro, Emagrecimento e Alzheimer: Existe Ligação?

    Você tomaria um remédio para diabetes ou emagrecimento se soubesse que ele pode proteger seu cérebro contra o Alzheimer? E se esses mesmos medicamentos também aumentassem os riscos de doenças renais ou pancreáticas? Estaríamos diante de uma revolução silenciosa na neurologia — ou apenas de mais um efeito colateral inesperado da indústria farmacêutica?
    As novas evidências são robustas, surpreendentes e merecem atenção.

    Uma Descoberta Inesperada

    Um estudo com mais de 215 mil veteranos norte-americanos com diabetes tipo 2 revelou que o uso de medicamentos da classe GLP-1 agonistas — como Ozempic (semaglutida), Wegovy e Mounjaro (tirzepatida) — está associado a uma redução de 12% no risco de desenvolver Alzheimer.

    O estudo comparou usuários de GLP-1 com pessoas que usavam apenas insulina, e os dados mostraram uma diferença estatisticamente significativa na incidência de demência tipo Alzheimer ao longo do tempo.

    Como Esses Remédios Funcionam?

    Os medicamentos GLP-1 são usados para tratar diabetes tipo 2 e, mais recentemente, têm sido amplamente prescritos para emagrecimento. Eles atuam imitando um hormônio intestinal que estimula a liberação de insulina e reduz o apetite, promovendo perda de peso.

    A possível ligação com o Alzheimer pode estar relacionada à melhora na inflamação sistêmica, regulação da glicose no cérebro, ou redução de fatores de risco metabólicos, todos associados ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

    Nem Tudo São Boas Notícias

    Apesar do potencial protetor para o cérebro, os dados também apontaram riscos preocupantes. Pacientes que usam GLP-1 têm maior probabilidade de desenvolver:

    • Problemas gastrointestinais severos
    • Pancreatite
    • Doença renal aguda
    • Obstrução intestinal

    Esses efeitos adversos não são comuns, mas podem ser graves, principalmente em pessoas com histórico de doenças pré-existentes.

    O Que Isso Significa para o Futuro?

    Essa descoberta reacende o debate sobre o uso de medicamentos “fora da bula”. Os remédios GLP-1 já ultrapassaram os limites do tratamento do diabetes e se tornaram populares entre celebridades e clínicas de emagrecimento, mas agora também entram no radar da neurologia.

    Será que veremos no futuro um Ozempic prescrito para prevenção de Alzheimer, mesmo em pessoas não diabéticas? Ou os efeitos colaterais limitarão seu uso? O estudo ainda não é definitivo, mas abre caminho para ensaios clínicos com foco direto em doenças neurodegenerativas.

    O Que Isso Nos Mostra

    A ciência continua a nos surpreender. Medicamentos criados para um fim podem, sem aviso, revelar benefícios ocultos — e riscos inesperados. O que parece milagre para alguns, pode ser armadilha para outros. O futuro da prevenção do Alzheimer pode estar, silenciosamente, sendo moldado no campo da endocrinologia e do metabolismo.


    Referência

    Financial Times. “Weight-loss drugs may help cut Alzheimer’s risk, research finds.” Publicado em 10 de junho de 2024.
    Disponível em: https://www.ft.com/content/015e989d-75ca-4cbe-b315-13f910e35b62

  • A Saúde Bucal dos Brasileiros É a Melhor do Mundo

    Como um país reconhecido por educação, tecnologia e cultura da estética dentária se tornou referência global em saúde bucal?


    Por que o Brasil se destaca?

    Quantas vezes você já ouviu que o Brasil é uma potência em odontologia? Essa reputação vem de bases reais:

    • Universidades como USP e Unicamp estão entre as 10 melhores do mundo em odontologia PMC+15cpmhdigital.com.br+15Reddit+15.
    • O país possui cerca de 330 mil dentistas — quase 20 % de todos do mundo — e uma relação de 1 dentista para cada 737 habitantes — bem acima do padrão da OMS PMC.
    • A pesquisa nacional é intensa: o Brasil publica 10 % de todos os artigos científicos em odontologia globalmente cpmhdigital.com.br.

    Turismo dentário: estética e economia

    O Brasil vem se tornando um destino mundialmente conhecido para quem busca tratamentos dentários de alta qualidade a preços acessíveis. Por que tantos estrangeiros escolhem o país para cuidar do sorriso?

    Preço e qualidade lado a lado

    Tratamentos estéticos no Brasil custam entre 50% a 70% menos do que em países como Estados Unidos e grande parte da Europa, sem perder o padrão internacional de qualidade. Isso significa que procedimentos complexos como implantes dentários, lentes de contato dental, clareamentos e alinhadores são oferecidos com tecnologia de ponta e profissionais altamente qualificados, mas por uma fração do custo praticado em outros países.

    Clínicas premiadas e estrutura moderna

    Várias clínicas brasileiras se destacam no cenário internacional. Um exemplo é a ImplArt Clínica Dental, eleita uma das melhores clínicas de implantes dentários no Brasil pelo ranking Global Clinic Rating (GCR). Essas clínicas oferecem atendimento personalizado, com equipamentos de última geração e profissionais treinados para atender pacientes internacionais, garantindo conforto e segurança.

    Facilidade para turistas

    Além do custo-benefício, o Brasil tem vantagens logísticas importantes:

    • Muitas clínicas estão localizadas em grandes centros urbanos, com fácil acesso a aeroportos internacionais.
    • Serviços de atendimento multilíngue facilitam a comunicação para quem não fala português.
    • Pacotes turísticos que combinam tratamentos dentários com lazer, turismo cultural e gastronomia local.

    Relatos de quem já veio

    Pacientes estrangeiros relatam experiências positivas, destacando o excelente custo-benefício e a qualidade do serviço. Muitos voltam para continuar tratamentos ou recomendam o Brasil a amigos e familiares, ajudando a fortalecer o turismo odontológico nacional.

    Educação e tecnologia de ponta

    Com uma rede de aproximadamente 220 faculdades de odontologia, o Brasil combina tradição e inovação: forma dentistas desde o século XIX e hoje é referência em tecnologia digital, impressão 3D e implantes avançados — graças a empresas como Neodent cpmhdigital.com.br+1Entmt Media+1.


    O que falam pacientes estrangeiros

    No Reddit, muitos estrangeiros elogiam a odontologia brasileira:

    “My Brazilian dentist is definitely the best one I’ve ever had.”
    “Meu dentista brasileiro é, sem dúvida, o melhor que já tive.”
    Fonte: Reddit – r/Brazil


    “For less than half the price… they do miraculous work.”
    “Por menos da metade do preço… eles fazem um trabalho milagroso.”
    Fonte: Reddit – r/Brazil

    Esses relatos confirmam que o Brasil oferece habilidades estéticas excepcionais, preços competitivos e atenção personalizada .


    Mais do que quantidade: qualidade real

    Apesar de reconhecidos, os dentistas brasileiros enfrentam desafios. Um estudo do SciELO aponta que, se comparado por H‑index (índice de impacto acadêmico), o país fica em 14º lugar — indicando que há espaço para avanços na qualidade e no impacto científico .


    O segredo por trás do sucesso:

    O reconhecimento global da odontologia brasileira não surgiu por acaso. Uma combinação de fatores culturais, educacionais e estruturais transformou o país em potência no setor. Veja os principais pilares desse sucesso:


    1. Alta densidade de profissionais

    O Brasil tem mais de 330 mil dentistas registrados — cerca de 20% de todos os dentistas do mundo. Essa abundância de profissionais torna o mercado altamente competitivo, o que eleva a qualidade dos serviços e força inovações constantes.


    2. Educação odontológica de excelência

    Faculdades como USP, Unicamp, UFRJ e UFMG estão entre as melhores do mundo. O país forma milhares de novos dentistas todos os anos, com acesso a pesquisas de ponta, estágios práticos e congressos especializados.


    3. Cultura de valorização do sorriso

    O cuidado estético com os dentes está fortemente presente na cultura brasileira. O sorriso é um símbolo de autoestima e cuidado pessoal. Isso estimula a procura por tratamentos de limpeza, clareamento, alinhamento e estética, mesmo entre quem não tem grandes problemas bucais.


    4. Avanço em tecnologia e inovação

    O Brasil é referência em implantodontia, odontologia digital, impressão 3D de próteses e uso de scanner intraoral. Clínicas privadas e centros de pesquisa investem constantemente em equipamentos modernos, oferecendo procedimentos de alta precisão com menor tempo e dor.


    5. Custo acessível com alta qualidade

    Enquanto nos EUA e na Europa procedimentos como implantes e lentes de contato dental podem custar até 5 vezes mais, no Brasil esses tratamentos são oferecidos com a mesma qualidade técnica, mas com preços muito mais acessíveis — o que atrai turistas e pacientes do mundo inteiro.


    6. Sistema público de referência (SUS)

    Apesar de muitas críticas, o SUS oferece serviços odontológicos gratuitos em grande parte do país, ajudando a manter um padrão mínimo de cuidado para milhões de brasileiros. Ao mesmo tempo, isso pressiona o setor privado a manter excelência para se destacar.


    7. Produção científica relevante

    O Brasil está entre os maiores produtores de artigos científicos em odontologia no mundo, com destaque em áreas como biomateriais, implantodontia, ortodontia e saúde pública bucal. Isso mostra que o país não apenas pratica, mas também pesquisa e inova.


    Competência clínica e boa relação custo-benefício

    Com uma combinação única de educação de excelência, inovação tecnológica, pesquisa científica e cultura da estética, o Brasil se firmou como um dos líderes na odontologia mundial. Para quem busca tratamentos de alta qualidade a preços competitivos, o país oferece uma mistura atraente de competência clínica e boa relação custo-benefício. Mas, atenção: como em qualquer lugar, é crucial escolher dentistas com boas referências e boa estrutura.


    Referências

    1. Brazilian Dentistry: A Global Power – CPMH Digital clinictor.com+4Reddit+4Reddit+4cpmhdigital.com.br+1CPMH Digital+1
    2. Brazilian Dentistry is Among the Best in the World. Is it True? – SciELO SciELO Brasil
    3. Dental genetics in Brazil: Where we are – PMC Reddit+2PMC+2Reddit+2
    4. ImplArt é a melhor clínica de implante dentário do Brasil – GCR ImplArt Clínica Dental+1ImplArt Clínica Dental+1
    5. Dental tourism in Brazil – BCX Odontologia BCX Odontologia
    6. Why Brazil is the Perfect Destination for Full‑Mouth Dental Reconstruction – Clinictor clinictor.com+1Reddit+1
    7. Testimonials no Reddit (askdentists, Brazil, r/riodejaneiro) Reddit+1Reddit+1

  • Sabedoria Ancestral que a Medicina Esqueceu

    Em um Brasil em busca de saúde mais completa, os pajés mostram que sabedoria ancestral pode complementar a ciência atual — e há estudos provando isso.


    Um encontro entre mundos

    Pajés e curandeiros, guardiões da medicina tradicional indígena, estão retomando seu lugar ao lado da medicina moderna. Está nas práticas indígenas a cura para doenças modernas — não apenas por espiritualidade, mas também por eficácia comprovada recentemente por pesquisadores. Essa ponte simbólica e científica pode transformar o atendimento à saúde no Brasil.


    Pajés trabalhando em rede com médicos

    Um exemplo inspirador é o trabalho de Adana Omágua Kambeba, médica e jovem pajé da etnia Kambeba. Formada em medicina pela UFMG em 2022, ela lidera atendimentos híbridos na Amazônia: aplica remédios da biomedicina em hospitais urbanos e faz rituais ancestrais em comunidades ribeirinhas — o que, segundo relato, salvou pacientes com práticas combinadas who.int+7The Guardian+7paho.org+7.


    Clínicas integrativas e saúde indígena

    Em São Paulo, unidades como CRPICS e a UBS na Terra Indígena Jaraguá adotam modelos interculturais: acolhem pajés e curandeiros que fazem orações, utilizam plantas medicinais e conduzem rituais em hospitais municipais boletin.bireme.org. A OMS e a OPAS, junto à BIREME, estão criando bancos digitais de saberes tradicionais para integrar essas práticas ao SUS who.int+3paho.org+3paho.org+3.


    Plantas medicinais reconhecidas e estudadas

    No Mato Grosso do Sul, estudos da Fiocruz e da UFPE com os Guarani-Kaiowá vêm catalogando plantas usadas no tratamento da tuberculose. Essa pesquisa auxilia no desenvolvimento de terapias combinadas entre remédios e fitoterapia tradicional Agência Brasil.


    Reconhecimento institucional real

    O projeto “Sonhação”, liderado pela Fiocruz Amazônia e parceiros, trouxe junto de organizações internacionais pajés e cientistas para debater como práticas tradicionais podem ser reconhecidas como parte essencial do cuidado no SUS — não como alternativa, mas como complemento legítimo portal.fiocruz.br.


    Por que isso importa

    • Saúde integral: vista pela medicina indígena como união entre corpo, mente, espírito e ambiente.
    • Valorização cultural: reconhece e protege práticas ancestrais que resistem ao tempo.
    • SUS mais forte: incorpora a ciência sem ignorar a ancestralidade cultural.

    Um Saber que Resiste

    O saber dos pajés não está preso ao passado. Ele se revigora com evidências e reconhecimento institucional, desafiando a ideia de que a medicina moderna detém todas as respostas. O desafio agora é transformar essa redescoberta em políticas concretas — unindo ciência e tradição em nome de uma cura plena.


    Referências

    • “This is your mission’: why one Brazilian doctor is training to be a shaman” – The Guardian The Guardian
    • On integrative practices and indigenous health in São Paulo – BIREME/PAHO/WHO Bulletin who.int+3boletin.bireme.org+3paho.org+3
    • Science, ancestral knowledge and digital transformation in dialogue for public health – PAHO/WHO paho.org+1paho.org+1
    • Brazil scientists to study medical herbs used by Guarani‑Kaiowá – Agência Brasil / Fiocruz Agência Brasil
    • Project promotes recognition of indigenous medicine in Brazil – Fiocruz Amazônia portal.fiocruz.br
  • 🇯🇵 O motivo das crianças estarem sumindo no Japão

    O Japão está desaparecendo — silenciosamente. A pergunta agora é: quem vai manter o país vivo?

    O país, que já foi símbolo de crescimento e disciplina, enfrenta hoje um colapso populacional que ameaça sua própria existência. Com nascimentos em queda livre e uma juventude desmotivada, o Japão caminha para um futuro onde haverá cada vez menos crianças, e cada vez mais silêncio.


    Nascimentos em queda livre

    Em 2024, o Japão registrou apenas 720 mil nascimentos — o menor número em mais de 120 anos. É o nono ano consecutivo de queda, enquanto as mortes passam de 1,5 milhão por ano. A população está diminuindo, envelhecendo e perdendo sua base jovem.

    As projeções são assustadoras: até 2070, a população total pode cair para 87 milhões (eram 126 milhões em 2020), e quase metade dos japoneses terão mais de 65 anos. A pirâmide etária está se invertendo, e com ela, toda a estrutura econômica e social do país.


    Uma juventude que desistiu da família

    A maioria dos jovens japoneses não quer ter filhos. Pesquisas mostram que apenas 37% das pessoas entre 15 e 45 anos planejam ter filhos. Entre os que recusam a ideia, os motivos são claros:

    • Custo de vida insustentável
    • Falta de tempo por causa do trabalho
    • Desejo de manter a liberdade
    • Insegurança com o futuro
    • Cansaço emocional e solidão

    Muitos vivem sozinhos e não desejam se casar. Outros, mesmo em casal, evitam filhos por temerem não conseguir dar conta. O Japão está virando uma nação de solteiros e idosos.

    “Metade dos jovens solteiros japoneses não querem ter filhos”
    Preocupações financeiras e o peso da criação são os motivos principais para essa decisão.

    mailto:coisasdojapao.com/2023/04/pesquisa-revela-que-50-dos-jovens-solteiros-no-japao-nao-querem-filhos


    Um país de idosos sem quem os sustente

    A pergunta que assusta o governo japonês é simples: quem vai cuidar dos idosos se ninguém tiver filhos?

    Hoje, 70% do orçamento social vai para aposentadorias e saúde de idosos, enquanto menos de 5% é investido em políticas para famílias e crianças. Com menos jovens trabalhando, a arrecadação diminui e o sistema de bem-estar social entra em colapso.

    A alternativa? Robôs, inteligência artificial e automatização extrema. Mas nenhum robô pode substituir o calor de uma família ou a força de uma geração inteira.

    Um estudo revelou que, até 2050, cerca de 5,2 milhões de homens idosos no Japão viverão sozinhos e sem filhos, superando pela primeira vez o número de mulheres nessa situação. Esse aumento é atribuído ao crescente número de homens que nunca se casaram ou se divorciaram sem manter vínculos familiares próximos. Especialistas alertam para os riscos de isolamento social e falta de apoio familiar para esses idosos. pt.wikipedia.org+7Brasileiros no Japão+7Estado de Minas+7


    O que o governo tem feito — e por que não está funcionando

    Para tentar reverter o cenário, o Japão criou subsídios para bebês, creches gratuitas, bônus para casamentos e até semanas de trabalho reduzidas. Mas os jovens continuam dizendo não. O problema não é só dinheiro — é cultural e emocional.

    A cultura do excesso de trabalho, da pressão social, do perfeccionismo e da solidão está vencendo o instinto de continuidade. Muitos japoneses simplesmente não veem sentido em formar uma família.


    Um país à beira do colapso demográfico

    O Japão pode ser o primeiro país a desaparecer lentamente, não por guerras, catástrofes ou doenças — mas pela decisão coletiva de não ter filhos. O alerta já foi dado. A solução, no entanto, exige mudanças profundas: no trabalho, na cultura, nos valores e nas prioridades.

    Se nada for feito, o silêncio das maternidades de hoje será o eco das cidades vazias de amanhã.

    Fontes:

    apnews.com

    reuters.com

    nippon.com

    nypost.com

    centreforpublicimpact.org

    mailto:coisasdojapao.com/2023/04/pesquisa-revela-que-50-dos-jovens-solteiros-no-japao-nao-querem-filhos

    pt.wikipedia.org+7Brasileiros no Japão+7Estado de Minas+7

  • Afinal, apostar em “bets” faz mal à saúde mental?

    O que as ‘bets’ estão fazendo com a nossa mente?

    Com o crescimento explosivo das apostas online no Brasil — as chamadas “bets” — surge uma pergunta que incomoda famílias, educadores e profissionais de saúde: esse hábito está prejudicando a saúde mental dos brasileiros?

    Diversos estudos científicos recentes dizem que sim, e os alertas são cada vez mais preocupantes.


    O que dizem os estudos?

    Pesquisas feitas no Brasil e no exterior mostram que o acesso fácil aos aplicativos de apostas está ligado ao aumento de ansiedade, depressão, insônia, problemas familiares e até tentativas de suicídio.

    Segundo a Universidade Federal Fluminense (UFF):

    • 86% dos jogadores relatam dívidas
    • 64% estão com o nome negativado

    A psiquiatra Hermínia Prado, da Unifesp, explica:

    “O vício em apostas online já tem critérios diagnósticos reconhecidos pela medicina, como perda de controle, sofrimento emocional e insistência mesmo com prejuízos.”

    Uma revisão internacional com 4 milhões de pessoas revelou que:

    1 em cada 8 já tentou se matar

    1 em cada 3 apostadores já pensou em suicídio

    Quando o jogo afeta o bolso e a família

    Além dos danos emocionais, o vício em apostas impacta a vida financeira e os laços familiares. Muitas pessoas gastam parte ou toda a renda mensal em apostas — inclusive dinheiro que seria usado para alimentação, aluguel ou medicamentos.

    Há relatos de:

    • Jovens vendendo objetos da casa para continuar jogando
    • Adultos com dívidas acima de R$ 10 mil
    • Separações e conflitos familiares provocados por dívidas e compulsão

    Quem está mais vulnerável?

    Apesar da regulamentação das apostas online iniciada em 2024, grupos de risco permanecem desprotegidos, como:

    • Jovens e adolescentes
    • Pessoas com histórico de depressão ou ansiedade
    • Desempregados ou com baixa renda
    • Pessoas com outros vícios (álcool, cigarro, drogas)

    O que as ‘bets’ causam?

    • Afetam o cérebro: causam ansiedade, depressão e vício — como drogas.
    • Geram dívidas: que trazem ainda mais sofrimento.
    • Aumentam risco de suicídio: 1 em cada 3 apostadores já pensou nisso.
    • Destroem relações: brigas, separações e até violência.
    • Não é só diversão: as bets podem virar um grave problema de saúde pública.

    Principais fontes e pesquisas

    • Unifesp: Apostas patológicas ligadas ao aumento de suicídio, queda no trabalho e envolvimento com atos ilícitos.
    • FAPESP / UFRGS: Estudo com 4,6 milhões de pessoas; alerta sobre risco de suicídio.
    • UFF & Itaú: Apostas reduzem recursos para saúde, educação e lazer; geram dívidas e isolamento.
    • IBDFAM: Impactos jurídicos, separações e vulnerabilidade infantil.
    • UNIFOR (junho/2025): O vício em bets é uma crise de saúde pública; sintomas reconhecidos pelo CID-11 e DSM‑5.

    Como sair do ciclo das apostas?

    ✔️ 1. Reconheça o problema

    Admitir que perdeu o controle não é fraqueza — é o início da cura.

    ✔️ 2. Bloqueie o acesso

    Use apps como BetBlocker ou extensões de navegador para impedir o acesso aos sites de apostas.

    ✔️ 3. Evite gatilhos

    Afaste-se de perfis que promovem apostas, grupos de bets e até de eventos esportivos com odds.

    ✔️ 4. Procure ajuda psicológica

    Psicólogos e psiquiatras podem tratar o vício, os sintomas de ansiedade e depressão.

    ✔️ 5. Participe de grupos de apoio

    Como o Jogadores Anônimos – são gratuitos e sigilosos.

    ✔️ 6. Fale com quem confia

    Divida sua dor com alguém próximo. Apoio emocional faz diferença.

    ✔️ 7. Reorganize sua vida financeira

    Evite o acesso direto ao seu dinheiro, cancele cartões digitais e busque orientação.

    ✔️ 8. Ocupe a mente com prazeres saudáveis

    Exercícios, arte, leitura, voluntariado, estudos — tudo que ajuda a trazer prazer real, e não artificial.


    Onde procurar ajuda no Brasil

    • CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) – Atendimento gratuito pelo SUS
    • CVV – 188 – Apoio emocional gratuito e sigiloso 24h
    • Jogadores Anônimos – www.jogadoresanonimos.org
    • Atendimentos psicológicos universitários – Muitas universidades públicas oferecem sessões gratuitas