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  • Como as tarifas de Trump podem prejudicar os EUA

    Se os países afetados pelas tarifas dos EUA responderem com retaliações comerciais, a economia americana pode entrar em colapso, enfrentar demissões em massa, sofrer com o aumento dos preços internos e perder competitividade global.

    O ex-presidente Donald Trump anunciou recentemente que pretende impor tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil e 30% sobre importações do México e da União Europeia. A medida faz parte de sua promessa de adotar um modelo de “tarifa universal”, com o objetivo declarado de proteger a indústria americana. No entanto, especialistas alertam que essas decisões podem prejudicar a própria economia dos Estados Unidos, gerar retaliações internacionais e impactar negativamente empresas e consumidores americanos.


    Alta dos custos internos e inflação

    As tarifas elevadas sobre insumos como aço, alumínio, automóveis e alimentos geram aumentos de preços dentro dos EUA. Estudo da Harvard Business School mostra que, entre março e junho de 2025, os preços de produtos importados subiram cerca de 3%, e os concorrentes domésticos também aumentaram seus preços em média 2%. Isso afeta diretamente o bolso das famílias americanas, reduzindo o poder de compra.


    Retaliações afetando exportações

    Diversos países já reagiram com ameaças de retaliação, aplicando tarifas contra produtos americanos. Isso prejudica exportadores dos EUA, em especial os do setor agrícola, automotivo e tecnológico. A Tax Foundation estima uma redução de até 0,8% no PIB americano, com perdas médias de US$ 1.200 por família. No caso do Brasil, há discussões sobre medidas de retaliação comercial e diplomática.


    Incômodo para pequenas empresas

    Pequenas e médias empresas — que representam uma parcela significativa dos empregos nos EUA — têm menos margem de lucro e menos capacidade de compensar o aumento de custos. Muitas enfrentam dificuldades para manter preços competitivos ou mesmo manter as portas abertas, especialmente aquelas que dependem de insumos importados ou exportam para os países afetados pelas tarifas retaliatórias.


    Retirada de investidores e aumento do custo de capital

    Economistas do Peterson Institute for International Economics (PIIE) alertam que as tarifas elevadas aumentam o risco percebido pelos investidores internacionais. Como consequência, pode haver fuga de capitais, queda na bolsa e aumento nos juros cobrados em empréstimos e financiamentos — tanto para empresas quanto para consumidores.


    Volatilidade e falta de previsibilidade

    As decisões tarifárias de Trump têm sido caracterizadas por mudanças abruptas e falta de clareza estratégica. Isso cria um ambiente de incerteza para empresas e investidores, dificultando o planejamento de longo prazo, reduzindo investimentos e retardando a criação de empregos.


    Risco legal e institucional

    Algumas das tarifas já foram contestadas nos tribunais americanos. Em maio de 2025, uma corte federal considerou que certas tarifas violavam limites constitucionais de poder do executivo, gerando insegurança jurídica e tensão entre os poderes. Isso também pode abrir espaço para uma enxurrada de processos judiciais de empresas afetadas.


    Retrocesso histórico e lições do passado

    A imposição generalizada de tarifas lembra o Ato Smoot‑Hawley de 1930, cujos efeitos foram devastadores: provocaram uma queda de até 40% no comércio global e agravaram a Grande Depressão. Economistas e instituições como o FMI alertam que repetir esse erro histórico pode não apenas prejudicar a economia dos EUA, mas também desestabilizar a economia global.


    Um tiro no pé?

    Embora a intenção de proteger a indústria nacional possa parecer legítima, as consequências de uma política tarifária agressiva são amplas e profundas. Tarifas elevadas aumentam os preços para os consumidores americanos, provocam retaliações que prejudicam exportações, afugentam investidores e elevam os custos de produção. Especialistas alertam que, ao mirar em rivais externos, Trump pode acabar ferindo a própria economia dos Estados Unidos.


    Referências

    1. “IMF says new US tariffs keep trade uncertainty running high” – Reuters
    2. “The week the costs of Trump’s tariffs became clearer” – The Washington Post
    3. “Why a top economist thinks the odds of a tariff-fueled recession have climbed to 90%” – Business Insider
    4. “Enduring confusion is the only certainty amid Trump’s latest tariff threats” – The Guardian
    5. “Tariffs are not going to solve America’s ills” – Financial Times
    6. “What the courts’ ruling on Trump’s tariffs means for US trade policy” – CSIS
    7. “Harvard Business School report on rising prices under tariffs” – Business Insider
    8. “Yale Budget Report: Canada most impacted by US tariffs” – Business Insider
  • 🇨🇳China disputa a liderança dos EUA no comércio internacional

    A rivalidade entre China e Estados Unidos ganhou intensidade em 2025, com ambos os países adotando medidas agressivas para proteger seus interesses econômicos e estratégicos.


    Tarifa e retaliação

    O governo Trump impôs tarifas de até 145% sobre produtos chineses, na tentativa de conter o avanço chinês na cadeia global de produção. Em resposta, a China retaliou com taxas de 34% sobre produtos americanos e restrições a exportações de minerais estratégicos, como terras raras, essenciais para alta tecnologia .


    Guerra tecnológica

    A disputa se estendeu à área de tecnologia: os EUA impuseram controles sobre exportações de semicondutores e chips de IA. A China, por sua vez, investe pesadamente em setores como 5G, IA e baterias elétricas, com o ambicioso programa Made in China 2025 resultando em liderança global em EVs e painéis solares .


    Geoeconomia

    Especialistas apontam que estamos vivendo uma nova era de “geoeconomia”, onde tarifas e controle de tecnologia são armas de poder estatal. A disputa entre os dois países redefine a forma de conduzir negócios internacionais Financial Times.

    Inovação em alta: IA, EV e tecnologia verde

    Com investimentos bilionários em inteligência artificial, veículos elétricos e energia verde, a China está na vanguarda tecnológica. Projetos emblemáticos como Made in China 2025 já garantiram liderança global em EVs, baterias, energia solar e robótica Wikipedia. Além disso, startups como Moonshot AI publicaram modelos de código aberto competitivos, apontando para o fortalecimento desse setor Reuters.

    A Nova Rota da Seda: o papel da China na BRI

    A BRI (Belt and Road Initiative), conhecida como Nova Rota da Seda, é um projeto global liderado pela China que visa conectar países da Ásia, Europa, África e América Latina por meio de infraestrutura, comércio e investimentos. Lançada em 2013, a iniciativa fortalece a influência chinesa, promovendo cooperação econômica e novas rotas comerciais. A China investe em portos, ferrovias, estradas e energia, ganhando aliados estratégicos. Com isso, Pequim se posiciona como líder de uma nova ordem multipolar.


    Resiliência e influência global

    Mesmo sob sanções e pressões externas, a China manteve sua resiliência, sustentando a demanda interna, atraindo investimentos estrangeiros e se afirmando como destino estratégico para multinacionais. A combinação de crescimento estável, inovação e parceria internacional solidifica seu papel de “âncora” econômica global .


    Por que respeitá-la?

    1. Escala e crescimento – 5% de expansão, 30% do crescimento global.
    2. Liderança tecnológica – EVs, IA, energia verde, robôs.
    3. Presença global – BRI liga grandes economias e mercados emergentes.
    4. Estabilidade em meio ao caos – China foi “motor da economia” em tempos de crise .

    Quem sai na frente?

    Apesar das sanções, a China segue avançando com sua estratégia de inovação e diversificação de cadeias de valor. Empresas norte-americanas, como a Nvidia, sentem o impacto e prestam atenção a leis que proíbem exportações sensíveis .


    Cenário futuro

    O embate entre China e EUA transcende o comércio: é uma disputa por poder tecnológico, influência diplomática e liderança global. O resultado desta confronto está prestes a moldar a nova ordem mundial.

    Referências:

  • BRICS quer usar outra moeda nas negociações

    Se os países do BRICS deixarem de lado o dólar, o jogo do comércio internacional pode mudar drasticamente.

    Ao negociar em moedas próprias ou criar uma nova moeda comum, o bloco enfraquece a hegemonia dos EUA e ganha fôlego para desafiar as grandes potências. Menos vulneráveis a sanções e mais livres para ditar suas próprias regras, o BRICS pode se tornar o novo polo de poder econômico — e o Ocidente sabe disso.

    Fim da influência financeira americana

    Os países do BRICS — tanto os fundadores (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) quanto os novos membros — intensificam esforços para negociar entre si sem usar o dólar, buscando reduzir a influência financeira dos EUA Investopedia+15Wall Street Journal+15Investing News Network (INN)+15.

    Redução da dependência do dólar

    No encontro anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) realizado no Rio de Janeiro, foi anunciado reforço no uso de moedas locais em financiamento, como real, yuan, rublo e rúpia, em vez do dólar . Isso permite contornar sanções americanas e evitar flutuações cambiais prejudiciais El País.

    Fortalecimento do comércio intra-BRICS

    Com cerca de 26–30% do PIB e metade da população mundial, o bloco quer agilizar e baratear negociações internas. Ferramentas como o sistema BRICS Pay facilitam pagamentos diretos em moeda local, sem passar por SWIFT Geopolitical Economy Report+3en.wikipedia.org+3pt.wikipedia.org+3.

    Pressão e reação dos EUA

    Assustada, a Casa Branca sinalizou tarifas de até 100% contra países que reduzirem o uso do dólar — especialmente após críticas feitas durante a cúpula do BRICS Mas isso só reforça a estratégia ambiciosa do grupo.
    timesofindia.indiatimes.com+4Wall Street Journal+4Financial Times+4.


    O jogo geopolítico muda, e os BRICS ganham protagonismo

    O movimento por desdolarização representa uma clara tentativa de reduzir o domínio financeiro dos EUA e reformular a ordem global. No entanto, o caminho enfrenta desafios internos — como desigualdades econômicas — e retaliações externas que podem dificultar a consolidação desse projeto.

    Trump teme o avanço do BRICS e a perda de poder global dos EUA

    Com a expansão do BRICS e as discussões para abandonar o dólar nas trocas comerciais, Donald Trump vê uma ameaça direta à influência americana no mundo. O presidente, conhecido por sua retórica nacionalista, tem reforçado tarifas e discursos duros contra países do bloco, especialmente China e Brasil, como forma de conter esse avanço.

    Um novo sistema financeiro internacional

    A ideia de um novo sistema financeiro internacional, fora do controle dos EUA, incomoda profundamente Trump, que construiu sua imagem como defensor da supremacia econômica americana. Para ele, o BRICS representa mais que um grupo emergente: é um sinal de que o domínio dos EUA pode estar chegando ao fim.

    Enquanto o BRICS busca multipolaridade, Trump reage com medo e medidas de força.

    Referências:

  • Quais são os países do BRICS?

    O grupo original reúne cinco grandes economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2024–25, foi ampliado com Argélia, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Indonésia e Arábia Saudita — totalizando 11 membros plenos.


    Por que existe o BRICS?

    O BRICS atua como plataforma de cooperação econômica, social e política, defendendo uma ordem global multipolar e mais representativa, que inclua emergentes no poder internacional
    AP News+7Deutsche Welle+7Cebri+7.

    BRICS é a sigla formada pelas iniciais de Brasil Rússia Índia China e África do Sul (em inglês, South Africa).

    O bloco busca:


    Estratégias e influência global

    Membros promovem mecanismos para reduzir dependência do dólar, com iniciativas como o sistema BRICS Pay entre bancos centrais. A expansão reforça a presença em commodities (petróleo, metais, alimentos) e infraestrutura. Juntos, esses países representam cerca de 40–50% da população e 30–35% do PIB mundial

    O principal objetivo do BRICS é construir uma nova ordem mundial mais equilibrada e menos dominada pelos Estados Unidos e Europa. O grupo defende uma governança global mais justa, onde países do chamado “Sul Global” tenham mais voz nas decisões internacionais — incluindo em instituições como a ONU, o FMI e o Banco Mundial.

    Um dos focos do bloco tem sido o fortalecimento do comércio entre os próprios membros, reduzindo a necessidade de depender de países ocidentais. Para isso, os BRICS querem negociar usando moedas próprias ou criar uma moeda comum.

    Essa estratégia tem três principais objetivos:

    1. Reduzir a dependência dos EUA

    Ao depender menos do dólar, os BRICS também ficam menos expostos a sanções e tarifas econômicas e pressões políticas dos EUA, que controlam boa parte do sistema financeiro global.

    2. Aumentar a soberania econômica

    Negociar em moedas locais dá mais controle sobre as economias nacionais, evitando flutuações causadas pela valorização ou queda do dólar.

    3. Facilitar e baratear o comércio entre os membros

    Com um sistema como o BRICS Pay e acordos bilaterais, os países podem trocar produtos e serviços sem intermediários, tornando as transações mais ágeis e econômicas.

    Além disso, o grupo conta com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento nos países membros — uma alternativa ao Banco Mundial e ao FMI.


    Conflitos e visões internas

    Apesar da cooperação, há tensões entre países como China, Rússia, Índia e os mais recentes membros, que possuem interesses e níveis econômicos distintos


    Fontes