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  • Descendentes de Judeus Sefarditas: o Brasil Está Cheio Deles

    Você sabia que milhares de brasileiros hoje resgatam raízes judaicas e buscam cidadania europeia por histórias de conversão na Inquisição?


    Uma Herança Oculta em Milhões de Brasileiros

    Muitos brasileiros vivem sem saber que carregam, em seus sobrenomes e tradições familiares, as marcas de uma ancestralidade judaica. São descendentes de judeus sefarditas — expulsos da Espanha e de Portugal durante a Inquisição — que, ao chegar ao Brasil, foram forçados a esconder sua fé e adotar costumes cristãos. Ao longo dos séculos, essa origem foi esquecida ou silenciada. Hoje, porém, historiadores e genealogistas revelam que milhões de brasileiros, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste, podem ter raízes sefarditas e nem imaginam.

    Quando a história silenciosa vira esperança

    Milhares de brasileiros descobriram recentemente que são descendentes de judeus sefarditas – aqueles que viveram na Península Ibérica (Espanha e Portugal) até o século XV, e que foram expulsos, mortos ou forçados a se converter ao cristianismo durante a Inquisição.
    Muitos desses judeus migraram em segredo para o Brasil colonial ou fugiram para regiões do Norte da África (como Marrocos e Argélia), mantendo práticas judaicas de forma oculta por gerações.

    Hoje, seus descendentes encontram pistas em sobrenomes, tradições familiares e costumes mantidos de forma inconsciente. São histórias guardadas em silêncio que voltam à tona por meio de árvores genealógicas, documentos e até exames de DNA.


    Judeus sefarditas: quem são?

    O termo “sefardita” vem de Sefarad, nome hebraico para a Península Ibérica. Os judeus sefarditas viviam na Espanha e Portugal há séculos, com grande influência cultural e econômica. Após a expulsão em 1492 (Espanha) e 1497 (Portugal), muitos foram para o Norte da África, Império Otomano e América Latina, inclusive o Brasil.

    No Brasil, parte desses judeus se instalou na Bahia, Pernambuco e no Rio de Janeiro. Alguns mantinham discretamente costumes como não comer carne de porco, acender velas na sexta-feira ou lavar a casa com sal – práticas comuns entre os chamados “cristãos-novos” ou judeus ocultos (criptojudeus).


    Lei portuguesa e a reconstrução de uma identidade

    Desde 2015, Portugal permite que descendentes de judeus sefarditas obtenham cidadania, como forma de reparação histórica. É possível aplicar mesmo sem seguir o judaísmo, desde que se comprove vínculo por sobrenomes, genealogia ou origem familiar.

    Essa medida impulsionou o interesse de milhares de brasileiros em redescobrir suas raízes. Para muitos, é um reencontro com uma identidade esquecida; para outros, uma oportunidade de mobilidade internacional legítima e simbólica.


    Passaporte ou resgate cultural?

    A cidadania portuguesa ou espanhola, nesse caso, representa mais do que um documento europeu. É um direito histórico recuperado. Um gesto político de países que, por séculos, perseguiram e apagaram famílias inteiras.
    Muitos brasileiros encaram esse processo como uma reparação, uma forma de restaurar um elo que atravessou séculos de silêncio.


    Um fenômeno que ultrapassa religiões

    É importante lembrar: ser descendente de sefarditas não significa necessariamente ser judeu praticante. Muitas famílias brasileiras mantêm costumes judaicos sem saber suas origens. O movimento atual une cristãos, judeus, agnósticos e curiosos numa jornada por pertencimento, identidade e justiça histórica.


    Entre passado e futuro

    Essa redescoberta das raízes sefarditas reabre capítulos da história brasileira pouco explorados. Revela que, em meio à diversidade do Brasil, há uma herança judaica ibérica e norte-africana que resistiu ao tempo — e que agora, enfim, pode ser reconhecida com orgulho.


    Referências


  • Brasileiras vítimas do tráfico sexual na Europa

    O tráfico internacional de mulheres brasileiras para fins de exploração sexual continua sendo uma das formas mais cruéis de violação dos direitos humanos.

    Dados da Justiça Federal apontam que, entre 2010 e 2022, 96% das vítimas em casos de tráfico humano com sentença judicial eram do sexo feminino — e a maioria foi levada para países europeus como Espanha, Portugal, Itália e Suíça.


    Promessas enganosas e perfis vulneráveis

    As vítimas brasileiras têm, em sua maioria, origem em contextos de vulnerabilidade socioeconômica. Muitas são jovens, com baixa escolaridade e perspectivas limitadas em suas comunidades de origem. Os aliciadores usam estratégias de sedução emocional ou oportunidades aparentemente legítimas para convencê-las a viajar. No entanto, ao chegarem na Europa, essas promessas se desfazem, e as mulheres se veem obrigadas a se prostituir sob ameaça, dívida ou violência.


    Travestis e mulheres trans também são alvo

    Não apenas mulheres cisgênero são alvo do tráfico. Travestis e mulheres trans brasileiras também estão entre as vítimas, especialmente por causa da transfobia e da exclusão social no Brasil. Movidas pela busca de liberdade e dignidade, muitas acabam indo para a Europa acreditando que terão melhores condições de vida, mas encontram exploração e violência semelhantes. Relatos indicam que redes especializadas se aproveitam do desejo de migração dessas pessoas para capturá-las em esquemas de prostituição forçada.


    Falta de acolhimento e estigmas

    Um dos maiores desafios enfrentados pelas vítimas brasileiras ao tentar escapar do ciclo de exploração é a ausência de acolhimento institucional adequado, tanto nos países de destino quanto no Brasil. Estereótipos de que essas mulheres “sabiam o que estavam fazendo” ou estavam apenas em busca de dinheiro dificultam sua identificação como vítimas. Essa visão reforça a revitimização, impedindo o acesso a apoio jurídico, psicológico e social.


    Danos físicos e psicológicos

    O impacto do tráfico sexual na vida das brasileiras é devastador. Além das marcas físicas — doenças, agressões, abortos forçados —, as sequelas emocionais são profundas. Muitas desenvolvem depressão, transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade e medo constante. Ao retornarem ao Brasil, frequentemente enfrentam estigmatização por parte da comunidade e até da família, o que as isola ainda mais.


    A resposta institucional e seus limites

    Embora o Brasil e a União Europeia tenham leis e acordos internacionais para combater o tráfico humano, as falhas na identificação das vítimas e na punição dos aliciadores continuam sendo barreiras sérias. As investigações são complexas, envolvem múltiplas jurisdições e exigem cooperação entre polícias e governos. Além disso, os serviços consulares brasileiros muitas vezes não têm estrutura suficiente para amparar as vítimas em território estrangeiro.


    Um Problema Invisível, Mas Urgente

    O tráfico sexual de brasileiras para a Europa é um problema persistente, alimentado por desigualdades estruturais de gênero, classe e raça. As redes criminosas se aproveitam da vulnerabilidade dessas mulheres, da impunidade e da fragilidade institucional. Combater essa prática exige mais que leis: requer educação, acolhimento digno às vítimas, campanhas de conscientização, articulação internacional efetiva e políticas públicas que enfrentem as raízes da desigualdade no Brasil.


    Referências

  • 🇵🇹 Portugueses não aguentam mais os brasileiros

    “Sejam brancos, amarelos, pretos ou azuis, sabemos por que vêm… Não estamos preparados para ser invadidos.”
    André Ventura, líder do Chega, em comício contra a imigração.
    🔗 Euronews – Protestos contra imigração e antirracismo no Porto

    Nos últimos anos, Portugal se tornou um dos destinos mais procurados por imigrantes de várias partes do mundo, especialmente brasileiros, indianos e africanos. Se, por um lado, o país depende desses trabalhadores para manter a economia e os serviços essenciais funcionando, por outro, cresce o descontentamento entre os portugueses com o ritmo e o volume da imigração.


    Cresce o incômodo entre os portugueses

    A sensação de muitos portugueses é clara: “o país não aguenta mais tanta gente nova chegando”. Um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos revelou que 68% dos portugueses reconhecem a importância dos imigrantes para a economia, mas mais da metade acredita que eles representam uma ameaça à cultura, à segurança ou ao mercado de trabalho local.

    “Nós emigramos legalmente. É assim que deve acontecer num país desenvolvido.”
    Cecilia Guimarães, 66 anos, durante uma marcha contra a imigração organizada pelo partido Chega.

    🔗 Euronews – Milhares protestam contra imigração em Lisboa

    Essa insatisfação é ainda mais forte em bairros populares, onde o aumento da população imigrante pressiona os preços dos aluguéis, os transportes e os serviços públicos. Em redes sociais e protestos, frases como “voltem para sua terra” e “Portugal é dos portugueses” se tornaram comuns — e preocupantes.


    Imigração vira tema político central

    Esse clima tem sido aproveitado por partidos como o Chega, que defende o controle rígido das fronteiras e limites à entrada de estrangeiros. Nas eleições de 2024, o partido obteve 22,6% dos votos, refletindo o apoio de uma parcela significativa da população a um discurso mais nacionalista e anti-imigração.

    “Muitos brasileiros estragam os imóveis, fazem barulho e colocam mais pessoas do que o combinado”
    Proprietários de imóveis em Portugal relataram dificuldades em alugar para brasileiros devido a comportamentos como festas barulhentas e superlotação de residências.
    🔗 Fonte: BBC News Brasil – Moradores brasileiros enfrentam xenofobia ao alugar imóveis em Portugal
    bbc.com


    Quem está imigrando para Portugal?

    Os principais grupos que chegam ao país vêm do Brasil, Índia, Nepal, Bangladesh e países africanos de língua portuguesa, como Angola e Cabo Verde. Muitos buscam melhores oportunidades de trabalho e segurança. Portugal, por sua vez, precisa de mão de obra, especialmente em setores como construção civil, serviços e tecnologia.

    Mas nem sempre a chegada é tranquila. Relatos de xenofobia, racismo e exclusão são comuns — especialmente com brasileiros, que são o maior grupo de imigrantes do país.


    “Estamos perdendo nossa identidade”

    Além das questões econômicas, há um medo simbólico: o de perder a identidade cultural portuguesa. Parte da população sente que a chegada em massa de imigrantes muda a dinâmica dos bairros, altera os costumes e cria bolhas culturais. Essa percepção, embora subjetiva, está presente em entrevistas, redes sociais e nas ruas.

    “51% dos portugueses vêem os imigrantes como uma ameaça aos valores e tradições nacionais”
    De acordo com o Barómetro da Imigração da Fundação Francisco Manuel dos Santos, uma parte significativa da população portuguesa considera que a presença de imigrantes ameaça os valores culturais do país.
    🔗 Fonte: Visão – O que pensam os portugueses sobre os imigrantes?
    sicnoticias.pt


    Reclamações frequentes dos portugueses sobre a imigração:

    1. Aumento no custo dos aluguéis
      → Muitos dizem que os preços dispararam com a chegada de imigrantes e o aumento da procura por habitação.
    2. Falta de moradia acessível
      → Moradores alegam que já não conseguem viver nos bairros onde nasceram, pois os imóveis disponíveis são escassos ou caros.
    3. Sobrecarga dos serviços públicos
      → Reclamações sobre unidades de saúde, escolas e transportes mais lotados.
    4. Concorrência no mercado de trabalho
      → Alguns portugueses afirmam que imigrantes aceitam salários mais baixos, o que pressiona o mercado e reduz oportunidades para locais.
    5. Mudanças culturais rápidas
      → Parte da população diz sentir que os bairros “deixaram de parecer portugueses” e reclamam da “perda de identidade cultural”.
    6. Aumento da insegurança
      → Alguns associam (com ou sem base real) o aumento da criminalidade à imigração, especialmente em áreas com grande concentração de estrangeiros.
    7. Sensação de desorganização e falta de controle
      → Muitos apontam que o governo não tem um plano claro para lidar com o crescimento da imigração.
    8. Benefícios sociais sendo usados por estrangeiros
      → Há quem critique que imigrantes têm acesso a apoios sociais, mesmo sem terem contribuído por muitos anos.
    9. Falta de respeito por costumes e regras locais
      → Alguns portugueses reclamam que certos imigrantes desrespeitam normas sociais, ignoram o idioma local e demonstram pouca vontade de se integrar à cultura portuguesa.
    10. Crescimento da informalidade e exploração no trabalho
      → Também há queixas de que empresas contratam imigrantes informalmente, o que prejudica todos no mercado de trabalho.

    Imigrantes também sofrem

    Do outro lado, os imigrantes enfrentam desconfiança, dificuldade de regularização, salários baixos e preconceito cotidiano. Muitos não conseguem alugar casa por serem estrangeiros, são explorados no trabalho ou vivem em habitações precárias.

    Mesmo assim, o país ainda é visto como um porto seguro, especialmente por quem foge de crises em seus países de origem.


    O dilema português

    Portugal vive um dilema: precisa da imigração para sustentar sua economia e compensar o envelhecimento da população.

    Especialistas sugerem que o país mantenha políticas de acolhimento, mas com mais planejamento, diálogo com a população local, combate à desinformação e investimentos em habitação e serviços públicos que contemplem todos.


    Hora de agir com responsabilidade

    O debate sobre a imigração em Portugal deixou de ser uma questão distante e virou um tema central para o futuro do país. Entre a solidariedade e o medo, entre o acolhimento e a rejeição, o desafio está em equilibrar a necessidade de crescimento com o respeito às comunidades locais — e aos que chegam buscando apenas a chance de recomeçar.


    Fontes: