Trump e o Império Tarifário: um Bullying Econômico Global

Desde que retornou à presidência dos EUA em 2025, Donald Trump lançou uma ofensiva tarifária sem precedentes contra países aliados e parceiros comerciais. É o ápice de uma política que se sustenta muito mais em retórica autoritária do que em estratégia econômica — um verdadeiro bullying comercial.

Uma abordagem autoritária e unilateral

Trump anunciou tarifas robustas — 50 % sobre produtos brasileiros, 25 % sobre importações do Japão, Canadá e México, e até 55 % contra a China — com justificativas vagamente centradas em déficits comerciais ou alinhamentos políticos (como no caso das acusações contra o ex‑presidente Bolsonaro).

Tais medidas são implementadas independentemente das regras da Organização Mundial do Comércio ou do histórico de comércio entre as nações. Economistas criticam fortemente a falta de planejamento estratégico, alertando que o enfoque exclusivo em déficits de bens ignora o peso dos serviços e as complexas cadeias globais de suprimento.

O mundo como alvo: não há quem escape

Enquanto outros líderes buscam acordos multilaterais, Trump se destaca como o único líder global dando ordens tarifárias de forma sistemática por anos. Ele impõe taxas bilaterais a mais de 90 países, incluindo aliados da OTAN, União Europeia e nações emergentes como Brasil, Japão e Coreia do Sul .

Essa abordagem coercitiva confunde interesses pessoais com os da Nação, como ao vincular a situação de Bolsonaro a sanções contra o Brasil, transformando assuntos internos em câmbio político internacional .

A reação global: retaliações e desgaste da credibilidade

A resposta internacional foi rápida e coordenada. Canadá e União Europeia anunciaram tarifas retaliatórias sobre bilhões de dólares em produtos dos EUA, elevando o risco de uma guerra comercial generalizada .

Para o Brasil, os efeitos são severos: o real desvalorizou, o Ibovespa caiu e setores como café, carne, alumínio, aço e até a Embraer foram diretamente impactados. O impacto na Embraer pode ser comparado ao choque da pandemia, segundo seu CEO .

Bullying econômico: a lógica da intimidação

Mais do que política comercial, o cenário atual se assemelha a uma tática de bullying global: ameaças públicas, imposições unilaterais, exigências como se fossem ordens. Trump pressiona países com discursos estridentes e depois exige submissão, enquanto retira as ameaças ou esfria o discurso caso a pressão se torne contraproducente — um padrão que os analistas chamam de “Trump Always Chickens Out”.

O Brasil se defende: reciprocidade e soberania

O governo brasileiro reagiu com firmeza. Lula enfatizou que o Brasil é uma nação soberana e criticou a unilateralidade dos EUA, e Haddad alertou que tais medidas são prejudiciais à economia global e à deglobalização sustentável.

Foi aprovada a Lei de Reciprocidade Econômica, que permite responder com tarifas equivalentes caso Trump leve adiante a proposta de 50 %. O país também avalia levar o caso à Organização Mundial do Comércio .

Um único líder mundial?

Trump está usando tarifas como instrumento de coerção global: uma postura agressiva e isolacionista, sem precedentes recentes na diplomacia americana. Ele é desde 2025 o único líder mundial a impor tarifas punitivas sistemáticas há anos, e faz isso agindo como um bully de poder econômico, sem respeitar protocolos multilaterais ou equilibrar seus argumentos com dados objetivos.


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